Produção de Veículos Cai Drasticamente em Maio devido ao Ibama e Chuvas no Rio Grande do Sul, Diz Anfavea

A indústria automobilística brasileira produziu 166,7 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em maio, registrando quedas de 25% em relação a abril e de 27% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Este declínio foi causado, em parte, pela operação-padrão do Ibama sobre importações do setor e pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram fornecedores e a rede logística do setor, conforme relatado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta sexta-feira.

Os licenciamentos, por sua vez, recuaram 12% em comparação ao mês anterior, mas subiram 10% em relação a maio de 2023, totalizando cerca de 194 mil veículos, segundo dados divulgados pela entidade.

No acumulado do ano, a produção apresenta um declínio de 1,7%, totalizando 926,8 mil veículos, enquanto as vendas de novos registram um avanço de cerca de 15%, atingindo 929,7 mil unidades.

“O recuo na produção em maio foi decorrente das paralisações de fábricas e dos reflexos da operação-padrão do Ibama e do Mapa, além do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul”, afirmou a Anfavea em apresentação à imprensa.

Impactos das Enchentes no Rio Grande do Sul

Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, informou que a perda de produção no Rio Grande do Sul devido às enchentes foi de 12 mil unidades em maio. Considerando outros problemas enfrentados pelo setor, como paralisações de fábricas em outros estados, a perda total de produção em maio foi de 43 mil veículos.

“O impacto das enchentes no Rio Grande do Sul foi significativo, afetando não apenas as fábricas, mas também a cadeia de fornecedores e a logística. Isso resultou em uma perda substancial na produção de veículos, agravando ainda mais a situação do setor automotivo”, afirmou Lima Leite.

Licenciamentos e Vendas

Apesar dos desafios enfrentados, o mês de maio registrou a melhor média diária de vendas desde 2019, com 9.250 unidades emplacadas por dia. No entanto, houve uma queda de 64% nas vendas no Rio Grande do Sul devido às enchentes e ao feriado prolongado nos últimos dias do mês.

“No contexto nacional, conseguimos manter um bom ritmo de vendas, o que demonstra a resiliência do mercado automotivo brasileiro. No entanto, os problemas específicos enfrentados no Rio Grande do Sul e as questões regulatórias impostas pelo Ibama e pelo Mapa impuseram desafios significativos ao setor”, destacou o presidente da Anfavea.

Perspectivas para o Setor

A Anfavea expressou preocupações sobre a continuidade desses problemas e seus impactos a longo prazo. A entidade ressaltou a necessidade de um diálogo mais aberto com as autoridades regulatórias para evitar interrupções desnecessárias na produção e garantir que o setor possa se recuperar e crescer de forma sustentável.

“Estamos trabalhando ativamente para resolver essas questões e minimizar os impactos negativos na produção e nas vendas. Acreditamos que, com a colaboração entre o setor privado e as autoridades públicas, podemos superar esses desafios e continuar a avançar”, concluiu Marcio de Lima Leite.


Em resumo, o setor automotivo brasileiro enfrentou um mês difícil em maio, com significativas quedas na produção devido a fatores externos como a operação-padrão do Ibama e as enchentes no Rio Grande do Sul. No entanto, o mercado de vendas mostrou sinais de resiliência, destacando a capacidade do setor de se adaptar e continuar a crescer apesar dos desafios.